Na noite de quinta feira, 03 de maio de 2007, o Sr. Leonildo Rosas, comentarista do noticiário TV5 Notícias, encerrou sua fala com uma ironia contra a classe dos trabalhadores em educação, que deflagraram greve pela causa da isonomia: disse que outros profissionais, como os economistas, também vão lutar pela causa, não em relação a salário, mas em relação à jornada de trabalho, visto que os docentes trabalham "apenas" 25 horas semanais.
Leonildo se esquece, ou quer esquecer, de alguns pontos importantíssimos que aumentam e muito a carga horária de um professor:
- Os concursados de 2006 da educação estadual, por exemplo, obedecem ao edital quando cumprem 30 horas semanais, ao contrário da quantidade citada pelo comentarista. Estes não são cumpridos em sala de aula na sua totalidade, visto que para uma boa aula o profissional passa por um planejamento prévio, que consome considerável tempo (este incluído nas 30 horas, como indica a SEE);
- Além disso, profissionais como os economistas não necessitam levar para casa pilhas de atividades, trabalhos, provas e outros itens avaliativos, sacrificando assim suas horas de descanso e finais de semana, além de aumentar sua jornada de trabalho;
- Um docente lida diretamente com pessoas, sejam seus alunos ou os pais/responsáveis destes, e grande parte das vezes reuniões com a comunidade escolar são realizadas em finais de semana.
Não proponho aqui que outras categorias não devam brigar por melhorias. O trabalhador deve protestar quando um direito lhe é usurpado ou negado. O que levanto é a necessidade de formadores de opinião com destaque na mídia, como o Sr. Leonildo Rosas, passem as informações de forma detalhada, imparcial e coerente. Caso contrário a credibilidade se esvai, dando razão aos boatos de que alguns meios de comunicação estão atrelados à máquina estatal, subservientes aos interesses do governo.
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